AS DIFERENÇAS DE ÍNDOLE ENTRE OS OBREIROS

13-06-2012 01:01

 

AS   DIFERENÇAS   DE   ÍNDOLE   ENTRE   OS   OBREIROS

 

1. COM BOI E JUMENTO JUNTAMENTE, NÃO SE DEVE LAVRAR - Dt 22.10.

a) A passagem acima citada alude a animais domésticos destinados ao trabalho em geral, na família judaica comum. Da natureza e dos hábitos desses animais podemos inferir as razões da proibição divina de o boi e o jumento  trabalharem juntos no amanho (cultivo, arranjo, arado ou canga) da terra. Se, no trabalho do Divino Mestre, duas pessoas estão sempre a se desentender e reclamar uma da outra, o melhor é que se curem de vez disso, ou que se separem em paz, e  trabalhe noutra modalidade de serviço, para o mesmo dono e na mesma vinha! Que continuar  contendendo em outro local. Vejamos as lições gerais, inclusive para obreiros, derivadas dos princípios latentes em Deuteronômio 22.10:

* O passo do boi e do jumento é diferente. O boi tem unhas fendidas, o que lhe dá mais estabilidade em terrenos  em declive e nos lamaçais; o jumento tem unhas inteiriças, contribuindo para deslizes naquelas situações.

=> Há obreiros que, nas dificuldades com que se deparam no trabalho do Senhor, demonstram mais solidez, estabilidade e firmeza do que outros nas mesmas situações abstrusas (ocultas; escondidas; difícil de entender).

* A tração do boi e do jumento é diferente. O boi tem mais tração; o jumento é mais cargueiro.

=> Há obreiros que tem mais arrancada, mas se afadigam facilmente com o peso da carga das responsabilidades que a obra do mestre ocasiona.

* A natureza do boi e do jumento é diferente. O jumento é pacífico e tímido, e costuma fugir de estranhos; o boi  costuma ser hostil e investir contra estranhos. Por outro lado, o boi é mais ligado ao seu dono; o jumento é mais ligado à sua manjedoura (Is 1.3b). Tudo isso fornece lições práticas quanto a princípios de trabalho na seara do senhor.

=> Há obreiros portadores de uma natureza indomável e inflexível. Caso eles não mudem para melhor, isso afetará perigosamente o seu ministério em muitos aspectos. O obreiro, seja qual for a sua categoria ministerial, não deve ser duro demais, nem mole demais, mas equilibrado, temperado e sóbrio (2Tm 4.5).

* A altura do boi e do jumento é diferente. Portanto, para trabalharem juntos (como está implícito em Dt 22.10) seria impraticável.

=>  Também a estatura espiritual dos obreiros varia como uma atenta observação (cuidadosa; atenciosa;  que  presta atenção) revelará. São muitas as causas individuais, espirituais, culturais e comportamentais que levam a essa  gradação de estatura do obreiro. Há coisas no ministério entre os obreiros que na teoria tudo se acerta e funciona,  mas na hora da prática nada surge de positivo, proveitoso e permanente para a obra do Senhor.

* A comida do boi e do jumento é diferente. O boi, sua comida é seletiva, o que é fácil de se observar. Por sua  vez o jumento come de quase tudo que se lhe depara.

=> Há obreiros que se tornam produto, eco ou reflexo daquilo que presenciam ou participam, sem antes considerar tudo diante de Deus, em oração e reflexão.

* A comunicação do boi e do jumento é diferente. O boi berra e muge. O jumento zurra e orneia.

=> O trabalho do obreiro do Senhor é executado, na sua maior parte, através da comunicação sob suas diferentes  expressões. Todo obreiro, principalmente enquanto jovem precisa aprimorar a sua comunicação, a partir da expressão verbal, visto que a emprega continuamente. Uma comunicação imprecisa, falha, descuidada e simplesmente  loquaz (falador, eloqüente), em que se fala muito e se diz pouco, reflete negativamente no ministério de qualquer  obreiro.

* O resgate do boi e do jumento era diferente, segundo a Lei. O boi primogênito não tinha resgate; era oferecido  em sacrifício ao Senhor, conforme os preceitos levíticos. O jumento primogênito tinha resgate por troca. Essa troca  tinha de ser um cordeiro. Caso ele não fosse resgatado assim, seria desnucado. O jumento primogênito não podia ser  resgatado por dinheiro - Nm 18.15; Ex 13.13; 34.20.

=> Há obreiros que desfrutam de mais ou menos mérito entre seus pares, sabendo-se que mérito não se exige: se adquire laboriosamente.

* A utilidade em geral do boi e do jumento é diferente. Do boi se aproveita: carne, leite, pele, chifres, ossos, sangue, estrume. Do jumento somente se aproveita o trabalho.

=> Como obreiros do Senhor devemos ser quais “sacrifícios vivos”, em que todas as áreas da nossa vida devem  ser de alguma utilidade para o reino de Deus, para a Igreja e para o próximo. Somos de um mínimo de utilidade? Ou  estamos até prestando um desserviço à obra do Senhor?

* O metabolismo (... transformações físico-químicas por que passam os alimentos no organismo dos seres vivos)  do boi e do jumento é diferente.

= O boi é ruminante. Seu estômago é duplo, tendo quatro cavidades ou compartimentos. Disso colhemos para o  obreiro o princípio da reflexão, paciência e meditação.

= O jumento não é ruminante. Sua digestão é direta. Disso extraímos a seguinte lição: há pessoas que captam com  extrema rapidez o que ouvem, lêem, vêem, mas não retém os bons ensinamentos práticos e aplicativos. Outras pessoas são relativamente lentas na sua digestão espiritual, mas extraem  grande proveito de todo o seu aprendizado.

* O habitat, ou meio ambiente, do boi e do jumento é diferente. O boi vive em qualquer lugar do planeta, desde  os campos frígidos dos países do hemisfério norte, às regiões tropicais da zona equatorial. Não é o caso do jumento  quanto aos diferentes climas.

=> Há obreiros com menor capacidade de suportar alterações no clima espiritual que vez por outra ocorre no exercício do ministério, nas suas diferentes acepções.